áttavitarósin

hoje acordei no meu vasto campo de incertezas me sentindo rosa dos ventos
sabe as direções de cada lugar do mundo
(e se duvidar, de cada pensamento)
sabe orientar cada vida perdida por aí
mas mesmo sustentando essa alma livre
sua própria existência se converte em tênues fragmentos da própria liberdade
porque rosa ainda é
presa ao chão por suas raízes que lhe dão vida
inerte
e aquelas pétalas mortais que parecem mais com espinhos
que ajudam unicamente quem só quer distância
porque se você ousa achar outra utilidade pra ela
deus te ajude com a dor de ser furado
mesmo só querendo ser livre
se ela fosse, quem a orientaria?
escrava da própria vida
a flor que só sente os ventos que orienta
mas não se pode dar ao luxo de voar

conveniências da anatomia humana


Quando eu era uma sweet little kid, eu achava que essa parte das costas eram asas que seriam iguais às dos anjos - mas, por sermos humanos, elas não se desenvolviam e ficavam presas aí dentro. Eu realmente era uma criança meio curiosa mas não o suficiente, então eu só atribuía muito sentido poético às coisas e elas ficavam mais bonitas (e plausíveis?). Principalmente o nosso corpo - parece meio insensato a vida realmente nos dar algo e não sabermos o que ele é, como funciona, não é? Sem entrar no mérito que hoje sabemos graças à medicina, ciência, e etcs.
Vendo as coisas que eu pensava, agora elas realmente fazem sentido - o suficiente para colocar em algum poema clichê e barato - no sentido de deixar as coisas bonitas. Os anjos poderiam ter a liberdade, poderiam voar e prostrar suas belas asas macias e plumadas em alguma pintura barroca por aí, justamente por serem ingênuos ou protegidos, portadores de virtudes e encarregados de mensagens que não eram verdadeiramente suas. Os humanos são o contrário. Para quê ter asas se temos consciência do que liberdade é? Ou, ao menos, achamos ter o suficiente para fazer algumas besteiras em nome dela, mas a questão é que não somos criaturas mitologicamente puras nem por nós mesmos. Mesmo a visão mais antropocêntrica atribui os humanos à racionalidade e só.

Enfim, eu era uma sweet little kid bem criativa. Mas não tanto. Hoje já sei que são as escápulas, mas acho legal dar essa conveniência artística ao que é nosso. Arte é algo humano, porque não atribuir humanidade ao humano?


Vou continuar fazendo esse tipo de coisa. Achar a coisa mais legal do mundo termos uma borboleta atrás dos olhos. Mesmo sabendo que ela tem um nome meio estranho: osso esfenóide.

diário de (futuras) viagens #1: salar de uyuni

saber que el simple perfume de una flor puede venir y ser un gran amor para tu vida

Nos últimos tempos eu realmente tenho desenvolvido uma paixão por viagens. Quando menor, viajava muito - o que é uma realidade já distante, e isso poderia ser visto como um fator pra
tanto interesse aparecer. Quando se dá a falta, a gente geralmente atribui o valor. Quem sabe.
Mas na verdade, não é só por viagens que ando amando platonicamente. É também pelo motivo delas: a natureza. Ir para centros urbanos parece e é interessante, mas meu entusiasmo só aflora quando se trata de lugares naturais que demonstram a característica beleza do planeta - uma beleza intangível, que sei que jamais seria capaz de copiar. E se eu posso senti-las com todos os meus cinco sentidos, então é algo que realmente desejo presenciar.

Essa minha fase ~apaixonada~ com certas coisas do mundo me inspiram a escrever porque me parece algo muito bonitinho pra ficar só na minha cabeça. Só pra constar, eu realmente amo ficar olhando pro céu, não esperem muita coisa de mim. Então, vou me dar ao capricho de ser a "criança irritantemente animada" e trazer de volta o tipo de coisa que originalmente queria registrar nesse blog.

Um desses lugares que me fascinam é o Salar de Uyuni, na Bolívia. É o maior deserto de sal do mundo, e em certas épocas do ano, ele se inunda e se transforma em um espelho d'água gigante, que reflete o céu (exatamente: DOIS CÉUS NO HORIZONTE, tá um pouco explicado o porquê de eu gostar desse lugar).


Esse lugar é enorme. Sério, é gigantesco. Relatos de quem o visitou dizem que a noção de profundidade é inexistente, e que até dá para ter uma leve percepção da curvatura da Terra (isso eu desacredito um pouco, mas deve ser uma sensação insana). Por isso, quando não está em período de cheia, não é o fim do mundo. O lugar ainda é de tirar o fôlego. 

 (o site do qual tirei a imagem está no canto)

E a minha parte preferida, ao menos nas fotos, é a noite no Salar. Como entusiasta da astronomia e das observações astronômicas (... e morando em uma capital *chorando em alemão*), é um sonho para mim. Por não ter centros urbanos próximos para causar brilho artificial na atmosfera e por ser um lugar totalmente livre no horizonte, é perfeito para a prática.

(essa imagem foi meu fundo durante meses!)

Eu realmente espero ter passado um pouco desse meu fascínio. O Salar de Uyuni é um dos vários locais que quero visitar na Bolívia, que é um dos vários países que quero visitar na América do Sul, que, inclusive, me rende uns bons posts. Quem sabe um dia eu realizo uma roadtrip das Guianas até a Patagônia. Até porque, não é só de lugares longínquos, como a Islândia (<3), Nova Zelândia e Japão, que se nasce o fascínio.

aqueles pequenos grandes momentos





Hoje foi um dia especial. Especial, na verdade, é um termo impróprio - ele foi igual vários outros desse ano de 2015 - mas internamente foi totalmente diferente.

Percebi o quão valioso é o sentimento quando compartilhado. Nesse dia, vi meu grupo de amigos, com uma certeza de que seria difícil nos encontrarmos todos de novo, já que cada um vai para o seu lado em 2016, e tivemos um encontro que era supostamente como qualquer outro. Esse grupo começou ano passado, com pessoas que a maioria eu já conhecia mas não tinha esse quesito de "compartilhar sentimentos", não tínhamos uma amizade. Quando realmente parecíamos amigos, fui aos poucos me deixando dominar por minha adolescência e a descoberta de querer zelar por alguém, de alegria, e até mesmo individualismo (como eu descobriria o individualismo se me afundasse em isolamento?). Não posso dizer coisas do tipo "nossa, nunca reparei nessas sensações". Justamente por repará-las, que agora consigo dar o devido valor. E justamente por dar valor, é que vejo como eu consegui me abrir sobre quesitos que me machucam, como a inquietante ansiedade, mesmo que um pouco... e ainda dói.

O sentimento quando compartilhado dói. Como eu poderia dar valor para algo que também dói? Então, é só lembrar que acomodação não é um fato exclusivo de coisas boas - quando você realmente vai para algo bom, fica um sentimento de vazio. Ah, e o vazio é preenchido com o desconhecido assim como uma ferida é coberta por uma pomada - daquelas bem ardidas - e que vai formar uma cicatriz que não doa mais.

Hoje foi um dia especial. Eu descobri o quanto os sentimentos são importantes, exatamente pela saída da acomodação a qual essas pessoas me tiraram, e pela saída da acomodação que eu tenho que realizar sozinha daqui em diante. Hoje foi um dia especial, pois percebi que querendo ou não esses amigos me deixaram mais segura diante do compartilhamento de sentimentos, e que vai doer mudar - mas doer por ter sido bom.

Essas mudanças sentimentais são insanas, quase como um masoquismo.

Heloisa

O mal filho à casa torna

Fazem quase 3 anos que deixei de postar nesse blog. Não, eu não o abandonei, em algum lugar eu ainda pensava em voltar a postar por mera questão de necessidade, já que mesmo sem dom algum para a escrita eu ainda me sinto mais correspondida quando alguém lê uma parte de mim (quiromantes!).
Acontece que muita coisa mudou: quando comecei esse blog, no dia 04 de junho de 2012, eu tinha 11 anos, e agora tenho quase 15 e entrando no Ensino Médio (o que pra mim ainda não se refere à uma passagem de maturidade, somente novos anseios para assumir). A questão é que o nome do blog não faz mais sentido nenhum pra mim, virou algo como uma meta. Que escrever algo e depois não se identificar com aquilo não é novidade para ninguém, mas quando leio as antigas postagens não consigo me ver em nada disso - mas ainda manterei elas por capricho e justamente porque mudanças não são motivos para apagar o passado, levando em conta que um dia eu talvez tenha uma visão desse textinho igualmente.
Ainda assim, alguns sentimentos permanecem: quando eu vejo os 107 seguidores, fico com algo próximo de feliz - fico orgulhosa, só não sei se ainda me acompanharão com essa nova-não-tão-nova Heloisa. (aliás, o corretor me chamou um fato bem aleatório que sempre me incomodou um pouco... por qual motivo consideram Heloísa correto mas Heloisa não?????www)

Talvez nos próximos dias eu retome aquela programação básica de blogs e faça outro layout, mesmo com a certeza que eu vá mudá-lo novamente em outro momento. Esse aspecto não mudou, mesmo.

Para quem permaneceu, ou simplesmente esqueceu da existência desse espaço e deixou seu nome ali, obrigada pelo apoio. Para os que virão, sendo bem otimista já, espero que vejam no que escrevo uma companhia, supérflua ou profunda, que é uma das coisas que mais desejo e ficaria muito honrada em sê-lo com vocês.

Heloisa

Feliz 2013!

Então... desculpem pela demora. Mas realmente, estou ocupadíssima com um monte de gente em casa, e ainda vai aumentar. E isso ficará assim até o final de janeiro.

E feliz 2013, a toooodas as leitoras e leitores! Estou ocupada, mas desejar algo bom para quem te acompanhou nesse tempo é algo que nunca tenho que deixar de fazer, vocês são tudo para o blog e para mim. Então, um ano cheio de paz, saúde, felicidade. E até breve.

Então é Natal


Desculpem a ausência de posts, mas estou viajando, e esse post é programado, aliás. :c

Então é Natal, tempo de paz, tempo de alegria, ver os parentes, ou não, várias coisitas. Então, feliz natal leitoras do Simplesinha, :)